sábado, 19 de fevereiro de 2011

À Poetisa


Olho a cidade ao meu redor e nada tem a minha atenção... Talvez não seja mais aquele que, olhando as cenas básicas do cotidiano, tire inspiração para os meus escritos de cada parte do meu dia. Não, não mudei. Ainda sou aquele que encontra graça em fazer das pequenas coisas uma bela fotografia para os meus quadros diários, mas e as belas molduras que envolvem as cenas e nos levam a apreciá-las? E a tinta que dá forma sobre a tela, que coloca na folha os traços da nossa mente? Onde foi parar a poesia do dia a dia? Onde está o poeta?

O poeta está vivo!

Como diria Frejat "O poeta está vivo com seus moinhos de vento a impulsionar a grande roda da história". Ah... a roda da história... Vira e nos mostra cada coisa, cada momento... Nós fazemos a história, nós somos a história e nós contamos a história... Sim o poeta está vivo e está em todos nós.

Não! Não existe arte que se perca, dom que diminua ou habilidade que se esvai, NÃO!

Poetas abram seus olhos! A poesia está bem na sua frente pedindo para ser registrada! Acenda as luzes não a deixe ir. A convide para um café, bata um prazeroso papo com ela e por fim, ah por fim... deixe a registrada no quadro de memórias bem ao lado da lareira onde todos possam apreciá-la enquanto tomam um gostoso chá em uma tarde fria de inverno....

Não, "o poeta não morreu foi ao inferno e voltou, conheceu os jardins do Éden e nos contou" e só assim nós, poetas por vocação da vida e admiradores do tempo, pudemos experimentar e decidir se queremos simplesmente fazer, como diria Picasso, do Sol uma mancha amarela ou de uma mancha amarela o próprio Sol....

E é isso. No fim a poesia prevaleceu, prevalece e prevalecerá enquanto o Sol brilhar, enquanto houver qualquer suspiro, seja de dor de amor ou de saudade, na face da Terra. Amém.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ser Como As Pedrinhas...


Certa vez em um passeio a um clube qualquer escutei de uma amiga a seguinte frase "nossa! Você já reparou como são bonitas as pedrinhas do fundo do rio?". Realmente não tinha reparado, mas foi ai que parei para observar... Elas são mais limpinhas, mais redondinhas e quando você as pega na mão tem uma sensação diferente de quando voce pega uma pedra qualquer no chão...

As pedrinhas do fundo do rio só são da maneira como disse porque sofreram a ação do rio, mas sem perder a identidade. Serão pedras eternamente, mas se deixaram modificar pela água que passa por elas...

Assim somos nós... Seremos eternamente humanos. Eu serei eternamente Thiago, mas eu tenho a escolha de me deixar transformar em algo melhor sem perder a minha essência. Cada pessoa, cada momento, cada atitude, cada dúvida, cada obstáculo, cada diálogo por menor que seja deixa em nós um pouco de ensinamento, alguma lição capaz de nos lapidar. Assim como a água que passa no rio deixa sua contribuição sobre a pedra, assim esses momentos deixam suas contribuições sobre nós. Não se entra duas vezes no mesmo rio. Não se tem duas vezes a mesma chance, a mesma experiencia. Por isso temos que aproveitar cada instante.

O primeiro passo? Mergulhar no rio... É incerto, mas ele irá passar e águas melhores ou piores virão e nos trarão novas experiências e amadurecimentos... Só assim poderemos ser como as pedras do fundo do rio...

A pedra não teve escolha, ela estava no fundo do rio e sofreu a ação dele, mas nós temos essa escolha. Primeiro escolhemos se queremos ou não entrar no rio... E como fazemos desse momento uma verdadeira tempestade, pesamos consequencias lado bom e ruim pensamos quinhentas vezes antes de decidir... E quando estamos dentro do rio ainda podemos decidir se estamos abertos a ação dele ou se nos esconderemos, com medo, embaixo de outras pedras para reduzir o impacto das ações da água em nós... Ser como as pedras do fundo do rio é não temer as ações da correnteza e do tempo, mas tirar proveito delas no nosso processo de lapidação.

Ousemos mergulhar, ousemos nos lapidar e deixar com que a água dos acontecimentos retire de nós nossos excessos e nos devolva melhorados... Ousemos ser como as pedras do fundo do rio sem nos prendermos as mesquinharias e as lamas da margem... Busquemos águas mais profundas... Relacionamentos mais profundos... De nada adianta ficar na margem, no raso, quando a vida nos cobra profundidade nas nossas relações sadias e despreendimentos das mesquinharias.... Aventure-se, transforme-se e seja somente o que voce é em sua essencia, não em seu estado bruto. Aprimore sua mente, lapide sua alma e seu coração e descubra seu verdadeiro eu.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Sol Depois da Chuva





Ouço o barulho da chuva , sinto a força do vento , para onde foram as estrelas ? será que até elas cansaram de ver lá de cima o mundo aqui em baixo ? será que até elas sentem que o mundo realmente esta se acabando de tristeza e pecado ? ..

O barulho do vento ressoa  como últimos suspiros de vida ou será que é a explosão de uma grande euforia ? será que o próprio ar esta se sentindo sufocado de ver tantos estragos na natureza ??

Olho para a chuva serena Parece até lagrimas de alguém que esta sofrendo e chorando de dor ! Olho para a chuva serena como quem sente a estranha saudade de um amanhã que não foi vivido.

Saudade... Doce ilusão de uma alma que espera o retorno de algo que um dia pode ser que chegue. Que sente a nostalgia de um tempo que passou, mas ficou recheado de bons sentimentos que um dia, quem sabe, serão apagados e perdidos na chuva ao fim da tarde.

A chuva aumenta. Sou capaz de sentir o vento soprar pelos corredores como quem canta feliz a triste chegada de um tenebroso inverno que pode me levar para longe de mim mesmo, que pode ser capaz de congelar meus sonhos...

E logo vem os trovões , como alguém que grita forte, que se impõe. Seu som entra pela janela e nos atinge direto. Medo.  Em seguida mais um clarão ilumina o quarto e sou capaz de me ver brevemente no espelho. Um clarão que quer apenas mostrar a mim os seus pensamentos , revelar-me meus sentimentos e nada mais... parece alguém que faz uma prece e precisa ser rapidamente atendido.. Que implora por viver.

E logo o tempo muda.vão embora os trovões  e a chuva , e volta o sol numa manhã que promete alegrias , como alguém que sofre e chora pela noite , mais acorda pela manhã com um lindo sorriso no rosto ! Como alguém que sofre as dores de uma noite escura, mas encontra no nascer do Sol a esperança de um novo tempo. O alento de poder voltar a sonhar.

A primavera chega após o inverno e nos aquece, nos maravilha com suas flores. Se soubermos renascer de nossas dificuldades, nos aquecermos com a esperança de um novo dia e desabrochar em nossas dificuldades, seremos pessoas cada vez melhores. Somos convidados a cada dia a vencer um desafio novo. Recebemos páginas em branco para traçarmos nossa história. E como escreveremos? Só depende de nós.

A cada dia um novo encanto
A cada história um novo fim
A cada sorrir canto meu canto
Pra demonstrar o Seu amor em mim

(Texto escrito em parceria com Maristela Oliveira AMEI ESCREVER COM VOCE )